sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Carreira de Auxiliares de Acção Médica

Cada vez se exige mais dos auxiliares nas Instituições Hospitalares. Mas será que o podem fazer?
É de conhecimento geral, que este grupo de trabalhadores nada é mais exigido que a 4ª Classe e alguns casos, muito raros, o 6.º ano e muito menos requerem formação profissionalizante.
Como têm feito a integração destes trabalhadores no mercado de trabalho?
Se bem conheço a realidade portuguesa, através do trabalho, in loco. O lamentável é exigirem mais e mais responsabilidade pelo desempenho no seu trabalho quando estes não podem ou não foram previamente formados para acompanhar as tarefas exigidas, quando tomam conhecimento no “terreno” para execução dessas tarefas há um aproveitamento de outros profissionais de saúde, se não vejamos. Quem conhece o nosso conteúdo funcional também conhece a tabela salarial, logo sabe-se que um auxiliar não pode exercer funções autónomas e sem a presença dos profissionais de saúde.
O auxiliar colabora, não diz faz, com os doentes dependentes; Transporta doentes; colabora na alimentação. Já ao contrario o auxiliar promove e efectua uma boa limpeza das instalações e desinfecção de equipamentos (dada a escolaridade exigida, não podem ser equipamentos algo delicados). Apoia no abastecimento do serviço – reposição de roupa; materiais de consumo corrente, não médicos. Levantamento de medicamentos REQUISITADOS; Materiais esterilizados; transporte de cadáveres; controlo de visitas; segurança das instalações.
Não considero que seja esse o entendimento dos enfermeiros, a colaboração não existe mas sim faz. Mas para o auxiliar fazer tem que ser formado e, não foi esta classe que lutou e se esbateu contra a formação dos auxiliares?
“Os enfermeiros só podem delegar tarefas em pessoal deles funcionalmente dependente quando este tenha a preparação necessária para as executar, conjugando-se sempre a natureza das tarefas com o grau de dependência do utente em cuidados de enfermagem” REPE - decreto-lei n.º 161/96 de 4 de Setembro, artigo 10º.
Este trecho diz tudo, como se pode executar determinadas tarefas se não há conhecimento? Quando mais são os primeiros a defender que o auxiliar não deve passar a técnico, com o receio de serem substituídos, nós não queremos substituir ninguém, queremos apenas ser formados para tal e receber um vencimento digno. Ou acham que os auxiliares são bem pagos para o trabalho que cada vez mais é realizado por exigência e não por competência? Eu posso aqui dizer que um auxiliar no inicio de carreira, e dado que não há progressão na carreira, recebe exactamente 473.73€ acham muito? Comparem com outras profissões e digam-me se é justo. Não valerá mais receber a bolsa de desemprego e ser contemplado por um POC? É que com POC do IEFP permite dar ao trabalhador mais 20% e a Instituição o subsidio de alimentação mais as horas complementares, o que vai ultrapassar os 500€.
Bem amigos é lamentável como nos tentam levar e, os sindicatos que têm feito por nós? Eu que fui sindicalizado e delegado no Sindicato da Função Publica Zona Centro, tenho a prova do que foi feito a quando da critica da Ordem dos Enfermeiros aos auxiliares de passarem a Técnicos, ou seja, NADA.
JBarros

LIGA DAS FLORESTAS